Estrabismo infantil é o nome dado a um desalinhamento ocular que pode causar problemas de visão e comprometer o desenvolvimento dos pequenos. Ele pode ser de fator genético, proveniente de outras doenças (como diabetes e meningite) ou pode ser causado pelo excesso de uso de tela (smartphone, tablet, computador…). Há tratamento para isso. O importante é buscar orientação médica e entender, primeiro, a origem do problema. Em seguida o profissional definirá o melhor tratamento para cada caso. Leia mais.
Tudo sobre estrabismo em bebês e crianças
Há muitos problemas que podem assustar os pais, principalmente aqueles de primeira viagem, e uma das dúvidas que alguns pais podem ter é sobre o estrabismo infantil.
Se os responsáveis observarem sinais que possam sugerir esse tipo de problema, o ideal é não se desesperar e procurar auxílio médico.
Porém, se o estrabismo infantil for identificado e tratado com seriedade, saiba que os resultados positivos virão. O estrabismo é um problema que pode ser controlado quando bem gerenciado por um especialista.
Esse tipo de deficiência visual pode ser reconhecida quando há um desalinhamento dos olhos. Você pode perceber, ao observar o olhar do bebê, que os olhos dele têm um posicionamento diferente.
A questão é que o estrabismo não é um ponto estritamente estético. Esse desalinhamento pode desencadear visão dupla e causar uma série de outros problemas dos quais trataremos a seguir.
O que é o estrabismo infantil?
O estrabismo infantil é um quadro que apresenta o desvio dos olhos. Portanto, cada olho aponta para uma direção, o que pode comprometer a visão da criança.
Os olhos podem se posicionar em direção ao nariz (chamados de convergentes) ou se afastar do nariz (chamados de divergentes). Esses são os desvios mais comuns.
Mas há também desvios que ocorrem para cima (chamados de hipertropia) ou para baixo (chamados de hipotropia). Em todos os casos se trata de estrabismo infantil.
O que pode causar o estrabismo infantil?
Embora os pais sintam urgência em resolver o problema, o passo mais importante é tentar identificar a sua origem. O estrabismo pode ser genético, casos em que a criança nasce com isso, ou pode ser desencadeado.
Na maioria das vezes a sua origem é em decorrência de uma falha neuromuscular. Isso quer dizer que o cérebro e a musculatura dos olhos não estão devidamente alinhados, o que acaba desencadeando o desalinhamento.
Essa falha neuromuscular gera problemas nos mecanismos corticais. Eles são responsáveis por manter os olhos alinhados. Quando há uma disfunção, as “bolinhas” do olho se posicionam de forma desalinhada.
Mas essa não é a única origem do problema. O estrabismo infantil também pode surgir por conta de algum outro problema que a criança tenha, tais como:
- Diabetes infantil;
- Síndrome de Down;
- Meningite;
- Tumores cranianos;
Isso quer dizer que o estrabismo infantil serve como diagnóstico para esses casos? Não! Essas são doenças sérias que demandam uma investigação médica bem realizada para que se obtenha a resposta.
Telas em excesso podem ser causa do problema
Outro fenômeno apontado por especialistas aponta que o uso excessivo de telas pode levar ao desenvolvimento de estrabismo. Sabemos, porém, que para muitos pais essa acaba sendo uma solução para dar conta dos afazeres domésticos e profissionais enquanto os pequenos se distraem.
Computadores, televisão e celular são alguns dos dispositivos mais usados pelas crianças. O estudo realizado pela “BioMed Central (BMC) Ophthalmology” indica, porém, que crianças que passam mais de 4 horas por dia nessas distrações correm risco de se tornarem estrábicas.
O mesmo estudo aponta que a pandemia intensificou esse problema. Além da distração, as crianças passaram a usar as telas para tomar aulas, já que as escolas se mantiveram fechadas por um longo período.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) também alertou sobre os riscos contidos nesse excesso. Além da visão, a exposição em grande tempo às telas diversas pode causar transtornos de ansiedade e expor a criança a riscos como bullying cibernético e até crimes de pedofilia.
O que fazer?
O ideal é modular o uso quando não se trata de uma extrema necessidade. Controlar, além do conteúdo, o tempo de acesso é essencial. Os pais devem estimular os pequenos a realizarem outras atividades e tarefas.
Isso ajuda a manter a saúde psicológica, estimula o desenvolvimento e também diminui as chances de estrabismo infantil.
Problemas desencadeados pelo estrabismo infantil
O estrabismo infantil dificulta bastante a visão. Isso pode fazer com que a criança demonstre dificuldade no aprendizado, irritabilidade, ansiedade. Elas acabam forçando mais a visão, o que também pode levar a quadros de dores de cabeça.
A visão da criança que tem estrabismo pode variar de normal até severa. Por isso, o quanto antes o problema for identificado e iniciar o tratamento, maiores são as chances de obter bons resultados.
Além disso, existe o apelo estético. As crianças podem ter comprometimentos na autoestima em decorrência desse problema. Vale também trabalhar o autoamor, a autoconfiança e, se necessário, buscar orientação com psicólogos.
Muitas vezes o olho desviado não é devidamente estimulado. Isso acaba desencadeando um problema chamado ambliopia, também conhecido como “olho preguiçoso”. Nesse caso os olhos parecem não funcionar em sintonia, sendo que uma visão se desenvolve melhor do que a outra.
Também devemos destacar que problemas de visão causam atraso escolar. Sem enxergar direito os pequenos têm o aprendizado comprometido. Muitas vezes a escola é fundamental para identificar um problema de visão.
Como saber se o meu filho é estrábico?
A melhor forma de entender se há um quadro de estrabismo infantil é procurando ajuda de um oftalmologista. Porém, existem testes caseiros que os pais podem realizar para entender melhor o problema. Veja quais são:
- Movimente um objeto em frente à criança e verifique se ela segue com os olhos;
- Vire a cabeça da criança para trás para analisar os olhos e identificar alguma anormalidade;
- Perceber se há hipersensibilidade à claridade;
- Analisar o movimento das piscadas da criança.
Os testes podem apontar algum problema. Mas, essa observação não é suficiente para diagnóstico. O médico pode realizar um exame a base de dilatação ocular que traz resultados muito precisos.
Tipos de tratamento
Uma vez que o profissional oftalmologista identifique o estrabismo infantil é hora de iniciar o tratamento. Tudo depende do grau do quadro e, claro, da saúde e idade da própria criança. Os tratamentos mais comuns são:
- Tampão ocular: o médico indica uma quantidade de horas por dia para que a criança use tampão em um dos olhos. Com isso, o olho desviado é forçado a funcionar e voltar para o lugar.
- Toxina Botulínica: a toxina é injetada no músculo ocular. Com isso, se houver algum impulso nervoso em descompasso com o cérebro ele é neutralizado. O tratamento é muito eficaz e mais simples do que parece.
- Óculos: O uso de óculos é muito frequente em casos de estrabismo infantil. Com a ajuda das lentes os pequenos param de forçar tanto o olho, o que ajuda a retornar ao lugar certo. Porém, é comum que esse tratamento seja combinado com algum outro, como o uso do tampão, por exemplo.
Estrabismo infantil: com tratamento adequado é possível resolver
Além dos tratamentos citados acima, existe ainda a possibilidade de uma cirurgia que pode ser realizada para correção do quadro de estrabismo. Contudo, ela raramente é realizada em crianças por se tratar de um procedimento mais sensível. No entanto, só o médico indicar é importante seguir a orientação.
Entendemos que o estrabismo infantil assusta, mas com orientação e acompanhamento profissional você pode identificar a origem do problema e tratar diretamente a causa, proporcionando qualidade de vida e bem-estar ao seu filho.
A tecnologia e evolução dos estudos em torno do assunto tranquilizam, pois em outros tempos era mais difícil tratar o problema. Contudo, informação sobre o assunto está cada vez mais acessível e os médicos especialistas já conseguem entender e indicar tratamentos eficazes. Tranquilize seu coração se o seu pequeno ou pequena precisar de ajuda com o estrabismo infantil.