Você sabia que a agressividade das crianças pode ser Transtorno de Conduta Infantil? Conheça essa doença aqui!

transtorno de conduta infantil

Qual é o ponto-limite que podemos falar sobre a agressividade de uma criança? Até que ponto é parte de uma fase de comportamento e quando é, na verdade, um problema mais sério? É fundamental que os responsáveis observem isso para evitar passar por cima de transtornos mais sérios.

Um dos problemas que podem trazer sérias consequências para o desenvolvimento da criança, e também para as pessoas que convivem socialmente com ela, é o Transtorno de Conduta Infantil.

Vamos falar mais sobre esse problema e como identificá-lo precocemente. Então, você que é mãe e quer tirar todas as suas dúvidas sobre essa questão tão delicada sobre os pequenos, continue lendo e saiba mais sobre o tema.

O que é o Transtorno de Conduta Infantil?

Segundo o Manual MSD, o Transtorno de Conduta Infantil é um problema que envolve um padrão de comportamento que se repete continuamente e que acaba por violar os direitos de outras pessoas. É um problema que, normalmente, se manifesta no fim da infância ou no começo da adolescência e normalmente é diagnosticado mais em meninos do que em meninas.

Algumas de suas causas podem ser hereditárias, mas o ambiente tem um forte componente influenciador do desenvolvimento do problema. A maioria das crianças que têm o transtorno, segundo o Manual MSD, têm pais que tenham transtornos como:

  • abuso de substâncias;
  • transtorno de déficit de atenção com hiperatividade;
  • transtorno do humor;
  • esquizofrenia;
  • transtorno de personalidade antissocial.

Outro ponto que interfere no desenvolvimento do quadro é quando a criança está inserida em ambientes conturbados, ou seja, quando é criado por pais agressivos, vivendo em local com discórdias familiares constantes e vivencie violência doméstica e abusos.

Contudo, há também relatos de casos de crianças cujos pais são plenamente saudáveis nesse quesito. Por isso, é fundamental se basear, principalmente, nas principais características do transtorno.

Quais as principais características do transtorno?

As crianças que têm esse tipo de transtorno tendem a apresentar as seguintes características:

  • egoístas e tendem a não pedir desculpas ou reconhecer erros;
  • são mais rebeldes;
  • têm dificuldades de relacionamento com outras crianças (apresentam características antissociais);
  • não têm sentimento de culpa condizente com suas ações;
  • interpreta o comportamento das outras pessoas como ameaçador e reage de forma agressiva;
  • tende a ser cruel com animais e outros seres indefesos;
  • há tendência a mentir e furtar;
  • são insensíveis aos sentimentos de outras pessoas, independentemente de sua faixa etária;
  • desprezo por regras, normas e direitos alheios;

Os sintomas, para serem considerados sinais do transtorno, precisam ser repetitivos e persistentes, bem como não devem ser condizentes com a idade da criança. É normal que elas apresentem uma irritabilidade exacerbada.

As meninas, normalmente, cometem menos agressões físicas. Normalmente, o quadro se apresenta com tendências a fugirem, mentirem e abusarem de substâncias ilícitas. Já os meninos têm uma tendência a brigas físicas, furtos e realizar atos de vandalismo. É importante lembrar de que o comportamento das crianças que passam pelo transtorno não é único, podendo variar entre indivíduos. Algumas são mais comportadas que outras.

Como esse transtorno afeta o rendimento escolar das crianças?

O rendimento escolar de uma criança com Transtorno de Conduta Infantil pode ser seriamente comprometido. Afinal, ela tem dificuldade em lidar com ambientes com regras e disciplina. Portanto, tendem a fugir da escola, matar aulas e mentir para professores e educadores.

Além disso, seu comportamento agressivo fere os direitos dos demais colegas de classe, ocorrendo constantemente problemas com violência física, bullying, furtos de itens, desrespeito, entre outros. Não raro, são jovens que tenderão a ter contato com substâncias ilícitas e ideações suicidas, o que piora ainda mais a situação.

Outro ponto que afeta o rendimento escolar está relacionado com os demais transtornos que acompanham o problema. Normalmente elas também são diagnosticadas com depressão, TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) e outros distúrbios de aprendizagem.

Quais os principais desafios do diagnóstico e do tratamento?

O diagnóstico, normalmente, é realizado por meio da análise do histórico da criança por médicos, psicólogos e psiquiatras. Isso pode se tornar um grande desafio, pois dependerá da observação dos pais e dos educadores e os sintomas precisam ser fortes o suficiente para prejudicar os pequenos em relacionamentos ou desempenho na escola.

Um grande desafio, também, é considerar como a criança se comporta no ambiente social, observando se há grandes dificuldades de adaptação em ambientes estressantes. Isso pode ser um indicativo de que a questão não é o Transtorno de Conduta Infantil, mas sim condições do ambiente.

O problema também pode ser confundido com outros transtornos associados, como falamos, TDAH, transtorno do humor, transtorno de personalidade antissocial, entre outros. Por isso, o processo de diagnóstico exige tempo e cuidado de toda a equipe envolvida.

Como o tratamento deve ser realizado?

A partir do diagnóstico, é fundamental que os pais entendam que o ambiente problemático pode piorar a situação. Por isso, é importante promover uma mudança considerável do local onde ela está abrigada.

Em alguns casos mais extremos, a indicação para oferecer um ambiente mais rigidamente estruturado, com o apoio de especialistas, pode ocorrer por parte dos profissionais de saúde.

A psicoterapia pode render bons resultados, fazendo com que a criança consiga ter uma melhor autoestima e maior autocontrole e, assim, minimizar ações que possam causar transtornos a terceiros.

Além disso, se for um caso no qual há outros problemas de saúde mental associados, a terapia pode auxiliar a reduzir a interferência dos outros quadros, tornando a criança mais funcional e sociável. Em alguns casos, medicamentos para TDAH, transtorno bipolar e depressão podem amenizar os sintomas.

Também deve-se criar um ambiente favorável para o desenvolvimento da criança nesse contexto, com uma educação feita sob medida para o seu respectivo caso. Escola, pais, psicoterapeutas e médicos devem atuar de forma conjunta para conseguirem bons resultados.

A maioria das crianças (dois terços do caso), segundo o Manual MSD, tem a interrupção das ações impróprias antes de chegarem à fase adulta. Quanto mais cedo começar o tratamento, mais facilmente a questão será resolvida.

Em alguns casos, quando o transtorno passa para a vida adulta, a pessoa tem dificuldade em lidar com autoridades, viola deliberadamente os direitos de outras pessoas e pode ser diagnosticada com Transtorno de Personalidade Antissocial.

Muitas vezes, a agressividade de uma criança pode ir além do normal e aceitável para a idade e, por isso, é fundamental diagnosticar o Transtorno de Conduta Infantil quanto antes, para que as intervenções possam gerar uma melhor qualidade de vida para a pessoa.

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