O rodízio de brinquedos nada mais é do que um sistema simples: parte dos brinquedos das crianças é guardado por um tempo e, depois de alguns dias ou semanas, eles são trocados pelos que estavam em uso.
Pode não parecer, mas isso cria uma sensação de novidade nos pequenos sempre que os itens guardados reaparecem, reacendendo a atenção por eles – e ainda facilita a organização da casa.
Sabe porque funciona? Porque com tantas opções, seu filho muito provavelmente acaba brincando apenas superficialmente com cada brinquedo e logo perde o interesse neles.
Agora, se ele tem menos opções à disposição, tende a explorar o que tem à mão de maneira mais aprofundada.
Depois de um período, os brinquedos que estavam guardados ressurgem como se fossem novos, despertando novamente a curiosidade da criança, e esse ciclo pode ser ajustado conforme a idade e a rotina da família.
Quais os benefícios de adotar o rodízio de brinquedos?
Alguns pais supõem que, quanto mais brinquedos a criança tiver, mais entretida ela ficará. Mas, não se engane, na prática, esse excesso de opções só gera dispersão.
Desse modo, o rodízio ameniza esse cenário, trazendo vantagens tanto para a criança quanto para os pais:
Mais envolvimento – com menos brinquedos ao alcance, a criança se concentra mais naquele que escolheu, inventando novas formas de usá-lo e explorando melhor suas brincadeiras.
Menos bagunça – diminuir a quantidade de brinquedos espalhados pela casa é o desejo de praticamente toda mãe, pois isso facilita a arrumação e mantém o ambiente mais harmonioso.
Atenção e concentração aprimoradas – o excesso de estímulos da atualidade dificulta a concentração das crianças – e até dos adultos. Por isso, com menos brinquedos à vista, elas conseguem dedicar mais tempo a uma mesma atividade, aprimorando a capacidade de concentração.
Menos consumismo – em vez de comprar brinquedos novos constantemente e acumular cada vez mais itens, o rodízio faz com que os pais aproveitem melhor os que já têm, incentivando um olhar mais consciente sobre o consumo.
Ensina sobre espera e valorização – as crianças aprendem que nem tudo vai estar disponível o tempo todo – ou na hora que desejam – ajudando na prática a construir uma relação mais saudável com relação ao “material” no decorrer da vida.
Como colocar o rodízio de brinquedos em prática?
Se a ideia lhe parece interessante, saiba que não existem regras complicadas para adotar o rodízio de brinquedos.
O mais importante é encontrar um ritmo e intervalo de tempo que funcione bem para sua família. Na prática, funciona mais ou menos assim:
- Faça uma triagem dos brinquedos – separe todos os brinquedos de acordo com o tipo e analise quais ainda estão adequados para a idade do seu filho. Aproveite para doar aqueles que perceber que já faz mais sentido manter.
- Divida em grupos – agora, monte conjuntos de brinquedos conforme as categorias, como bonecas, blocos de montar, carrinhos, quebra-cabeças, jogos, etc.
- Guarde parte dos brinquedos – escolha um local para armazenar os brinquedos que ficarão “em descanso”. Pode ser em caixas organizadoras, no alto do armário ou em qualquer outro espaço reservado onde a criança não tenha acesso.
- Defina um intervalo de troca – a frequência pode variar conforme o dia a dia da criança. Por exemplo, algumas famílias trocam os brinquedos semanalmente, outras preferem um ciclo de 15 dias ou até mais de um mês.
- Mostre os brinquedos como se fossem novos – quando os brinquedos voltarem às mãos do seu filho, faça disso um momento especial. Por exemplo, você pode montar uma “caixa surpresa” onde a abertura gera expectativa e animação.
E se meu filho não gostar da ideia?
Se o seu filho está acostumado a ter acesso a todos os brinquedos o tempo inteiro, é bem possível que estranhe o sumiço repentino de alguns deles, mas isso é só no começo.
Tudo nessa vida é questão de adaptação e constância. Para tornar esse processo mais tranquilo, apresente a ideia do rodízio de maneira positiva. Explique que alguns brinquedos vão “tirar férias” e depois voltarão.
Uma boa estratégia também é envolver a criança na escolha, fazendo com que ela ajude a decidir quais brinquedos ficarão disponíveis e quais serão guardados por um tempo.
Dessa forma, sendo parte de quem decide, seu filho pode aceitar o ciclo de trocas com mais naturalidade.
Ajuste o ritmo das trocas conforme a necessidade, observando como a criança reage.
Se perceber que as substituições estão acontecendo rápido demais e o pequeno não tem tempo suficiente para aproveitar os brinquedos disponíveis, experimente prolongar um pouco mais o intervalo.
Por outro lado, se a novidade estiver passando muito depressa e a criança parecer desinteressada logo, vale testar um rodízio mais frequente.
O importante é observar a dinâmica, garantindo que a experiência seja positiva e prazerosa.
O rodízio de brinquedos é indicado para todas as idades?
Sim, e pode ser adaptado conforme o estágio da criança! Para bebês, o rodízio ajuda a manter o ambiente organizado e ajuda para que os estímulos sejam adequados ao momento específico do desenvolvimento.
Já para crianças maiores, pode ser uma maneira de ensinar sobre organização e paciência, além de incentivá-las a valorizar mais o que já têm.
Até mesmo crianças maiores podem se beneficiar, principalmente com brinquedos educativos, jogos de tabuleiro e materiais de arte.
O foco é sempre manter um equilíbrio entre variedade e acessibilidade, para que a criança tenha opções, mas sem excessos.
Testar essa ideia pode ser o primeiro passo para um uso mais consciente dos brinquedos. Que tal começar e observar como seu filho reage? Você pode se surpreender com os resultados!