O reflexo de GAG é uma reação fisiológica que os bebês apresentam, geralmente, na fase da introdução alimentar.
Isso porque, se trata do primeiro contato com novos alimentos de texturas e consistências diferentes do leite materno – com o qual o bebê está acostumado.
Para quem observa, pode parecer que a criança está com ânsia de vômito ou até mesmo engasgada. Entretanto, o reflexo de GAG é justamente uma forma orgânica de proteger o bebê de um engasgo.
Acompanhe o conteúdo de hoje e saiba tudo sobre o assunto.
Reflexo de GAG: você sabe o que é?
Por volta dos 6 meses de idade os bebês evoluem para uma nova fase alimentar. Isso porque, já se desenvolveram o suficiente para começar a trabalhar a musculatura da boca um pouco mais.
Sendo assim, é o momento de provar novos sabores e texturas através dos alimentos. Desse modo, o leite materno até pode continuar fazendo parte da rotina alimentar, porém, perde a exclusividade.
É nessa fase que o reflexo de GAG costumeiramente aparece. Mas, não há motivo para grandes preocupações, pois se trata de um mecanismo natural para assegurar que objetos estranhos não passem pela garganta.
Como acontece o reflexo de GAG?
O reflexo é ativado após a ingestão do alimento, mais especificamente quando ele chega até a garganta.
Geralmente, a criança até tenta engolir, mas as vias aéreas fazem com que o alimento seja expelido de volta para a boca. Nessa hora, o bebê pode tossir também.
Isso acontece principalmente porque o bebê ainda está se adaptando com a organização dos alimentos e suas consistências dentro da boca.
Um episódio de reflexo de GAG não dura mais que 10 ou 15 segundos.
Alimentos e consistências
É muito comum que o reflexo de GAG surja quando pedaços maiores de alimentos caiam em regiões mais próximas da garganta, enquanto ele mastiga.
Nessas situações, o bebê pode simplesmente voltar a mastigar o alimento que volta e engolir – ou expelem completamente.
É mais difícil que o GAG seja ativado com líquidos, o mais comum é que ocorra com alimentos de consistência pastosa ou sólida. Isso porque, os líquidos passam com maior rapidez pela garganta e muitas vezes nem ativam o reflexo de proteção.
Sendo assim, os líquidos costumam causar mais engasgos, o que é diferente do reflexo de GAG.
Diferença entre engasgo e reflexo de GAG
Quando não se conhece o reflexo de GAG é comum confundi-lo com o engasgo.
Mas, a principal diferença está no fato de que no episódio de GAG a criança demonstra apenas “ânsia”, pode tossir e expelir o alimento ou simplesmente mastigar novamente e engolir.
Nunca há interrupção da passagem de ar no reflexo de GAG. Já o engasgo acontece quando algo fecha a garganta parcial ou completamente.
Em uma ocasião assim, o bebê ou criança pode ter a passagem de ar obstruída, então é preciso agir depressa, pois a respiração fica impedida.
Manobra de Heimlich: a técnica do engasgo
Também conhecida como a técnica do engasgo, a manobra de Heimlich é tida como uma abordagem de primeiros socorros direcionada para asfixias geradas por qualquer coisa que trave as vias respiratórias.
Para o caso dos bebês, ela é executada da seguinte forma:
- O bebê deve ser colocado de bruços sobre o braço do adulto, de modo que sua cabeça fique mais baixa que o restante do corpo. A boca da criança deve estar aberta e é preciso bater 5 vezes com a parte de trás da mão nas costas do bebê.
- O próximo passo é colocar a criança com a barriga para cima e com dois dedos, pressionar entre os mamilos da criança por 5 vezes.
- Repetir o processo até que a criança desengasgue completamente.
O reflexo de GAG acontece só com crianças?
Embora a maior incidência seja com bebês e crianças pequenas que ainda estão amadurecendo as funções de mastigação, o reflexo de GAG pode acontecer em qualquer faixa etária.
Por exemplo, é muito comum que os adultos apresentem o reflexo enquanto tentam engolir um comprimido, durante consultas ao dentista ou durante exames bucais.
Logo, o reflexo de GAG, que é uma proteção natural, sempre existirá. Porém, conforme a musculatura da boca é aprimorada no decorrer da infância , os episódios tendem a ser cada vez menores.
Como o bebê aprende a mastigar?
Os reflexos relacionados ao processo de alimentação começam durante a gestação.
Desse modo, é por volta da 11ª semana que nasce o reflexo da deglutição e o feto já passa a engolir líquido amniótico. Mesmo tão pequeno, ele já experimenta os sabores dos alimentos ingeridos pela mamãe.
Reflexo da sucção
Mais tarde, entre a 18ª e 24ª semana da gravidez, o reflexo da sucção surge também. É nessa etapa que o feto pode sugar os dedinhos ou o cordão umbilical.
A coordenação entre sugar e deglutir amadurece até a 34ª semana de gestação, pois ao nascer o bebê já precisa estar preparado para a amamentação.
Reflexo da procura
No nascimento surge o reflexo da procura que é o responsável por induzir a pega para a amamentação. Após o 6º mês de vida do bebê esse reflexo regride.
Além disso, é nessa mesma fase que a sucção deixa de ser um reflexo em si e se torna uma ação voluntária que o bebê pode controlar.
Desse modo, a criança já está apta para a introdução de novos alimentos, pois também está pronta para aprender a mastigar.
Como se desenvolve a mastigação
Com apenas 6 meses, a criança ainda tem poucos dentinhos e no processo de aprender a mastigação, ela começa mascando os alimentos. Muitas vezes, pode engolir pedaços quase inteiros.
Nesse contexto, o GAG é importante justamente para que isso não aconteça. Dependendo do tamanho, o alimento pode desencadear uma crise de engasgo.
Durante a amamentação a língua da criança se mantém em posição anteriorizada, pois é essa posição que possibilita a sucção do leite.
No início do aprendizado da mastigação, o bebê precisará aprender que a língua pode se mover para posição posterior. Mas, ele começa mantendo-a na mesma direção que usa para mamar.
Desse modo, enquanto o processo se desenvolve, o bebê tende a jogar os alimentos para fora da boquinha enquanto movimenta a língua.
Muitas mães entendem isso como se a criança demonstrasse não gostar do alimento. Entretanto, não se trata do paladar, pois é apenas parte do aprendizado da mastigação.
Quando a criança tiver mais controle da língua, poderá movimentar os alimentos dentro da boca com maior habilidade e a tendência é que não jogue mais para fora. Nessa fase, o reflexo de GAG provavelmente deixará de aparecer com frequência também.