Na prática, agir com um positivismo tóxico pode acontecer quando alguém insiste que sempre se deve “ver o lado bom das coisas” ou “ser feliz o tempo todo”, ignorando problemas legítimos ou sentimentos negativos.
Embora possa parecer uma filosofia benigna, ela levanta uma questão fundamental: será que esse culto ao otimismo não nos força a esconder o que sentimos genuinamente?
A positividade tóxica pode ser prejudicial porque pode invalidar as experiências das pessoas, fazendo com que se sintam culpadas por terem emoções consideradas negativas.
Nesse sentido, vale dizer que é muito importante reconhecer e respeitar uma variedade de emoções, permitindo que todos, incluindo nós mesmos, expressem e processem seus sentimentos de maneira saudável.
Redes Sociais
No contexto das redes sociais, a positividade tóxica também pode se manifestar através da exibição seletiva somente dos aspectos positivos da vida de alguém, criando uma imagem idealizada que pode ser inatingível para outros, gerando comparações prejudiciais e sentimentos de inadequação.
Agir assim também impacta significativamente em nossas relações, já que, ao tentarmos usar o tempo todo uma máscara de felicidade, podemos inadvertidamente diminuir a validade das experiências ruins e emoções reais – tanto nossas como de outras pessoas.
O dilema do otimismo forçado
A pressão para apresentar sempre feições felizes muitas vezes força as pessoas a esconderem suas verdadeiras emoções.
Esse dilema surge quando a busca incessante pela positividade resulta em uma máscara social que esconde os desafios e os sentimentos sinceros.
A sociedade frequentemente aplaude aqueles que conseguem manter uma atitude otimista, mas questionam raramente o custo emocional dessa fachada.
O desafio é encontrar um equilíbrio entre buscar a positividade que impulsiona e permitir espaço para experiências emocionais reais, que nem sempre são alegres e não há nada de errado com isso.
Danos colaterais da positividade tóxica
A positividade tóxica, apesar de sua roupagem de otimismo, pode gerar danos colaterais significativos.
Isso porque, ao insistir na ideia de que sempre devemos manter uma atitude positiva, podemos contribuir para a negação de emoções autênticas e isso não é saudável.
Além disso, indivíduos afetados pela positividade tóxica podem se sentir compelidos a esconder suas lutas emocionais, criando uma falsa imagem de bem-estar.
Esse processo pode levar à alienação emocional, pois as pessoas se desconectam de suas próprias experiências negativas em busca de uma postura otimista que às vezes não condiz com a realidade.
Ademais, é fundamental reconhecer que a busca incessante pela positividade pode agravar problemas emocionais existentes, criando um ambiente onde os desafios psicológicos são minimizados ou ignorados.
Construindo uma cultura de empatia e compreensão
Em vez de perpetuar a narrativa do otimismo forçado, podemos buscar uma abordagem mais equilibrada, que aceite e honre a variedade de emoções humanas.
A construção de uma cultura empática começa com a aceitação de que a vida é uma jornada multifacetada, repleta de altos e baixos.
Encorajar abertamente a expressão de emoções, sejam elas positivas ou negativas, cria um ambiente onde a autenticidade é valorizada de forma saudável. Por isso, seja empático.
A empatia, nesse contexto, não é apenas reconhecer as alegrias e tristezas dos outros, mas também se dispor a ouvir sem julgamento, validando as experiências emocionais e demonstrando apoio.
Assim, podemos cultivar relacionamentos mais significativos, construindo uma cultura que prioriza a realidade de que sempre haverá diversidade emocional. Isso fortalece não apenas os laços sociais, mas também a resiliência emocional individual.