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Mães solo: o desafio ímpar de cuidar e educar

Debater questões sociais é fundamental para o avanço da humanidade. Nesse contexto, entender e se solidarizar com as mães solo é muito importante!

Afinal, elas cumprem um papel crucial – e árduo – na sociedade, assumindo a educação e os cuidados de seus filhos praticamente sozinhas.

Segundo dados do IBGE de 2021, o Brasil possui mais de 11 milhões de mulheres nessa situação. São elas que tomam conta de seus filhos e muitas vezes precisam arcar com todos os custos de criar uma criança.

Você tem dúvidas sobre esse assunto? Então veja a seguir todas as informações e entenda o que é mãe solo e saiba mais sobre os seus direitos na sociedade.

Mãe solo e mãe solteira é a mesma coisa?

Até pouco tempo atrás era comum chamar a mãe solo de mãe solteira. No entanto, esse termo caiu por terra uma vez que não necessariamente uma mãe solo é solteira. Além disso, a ideia é desatrelar a maternidade de uma condição conjugal.

Afinal, ser mãe não é estado civil. O status de “solteira”, na verdade, diz respeito a ter ou não um companheiro ou companheira. Não tem nada a ver com ter filhos.

Ademais, é preciso entender que nem toda mulher casada ou que mantém uma relação estável conta, de fato, com o suporte do parceiro.

Existem muitos casos de mães que são sozinhas na criação dos filhos mesmo com status conjugal de casadas.

A rotina das mães solo

A rotina das mães solo pode mudar muito de uma situação para a outra. Afinal, além da própria situação da maternidade – que já é difícil – podem ter agravantes como desemprego, vulnerabilidade financeira, violência, etc.

Mas, no que diz respeito à maternidade em si, a mãe solo assume todos os papéis principais na vida do filho, tais como:

  •  Educar;
  •  Prover o sustento;
  • Ensinar;
  • Proteger;
  • Amar.

Prover o sustento quer dizer que todos os custos referente às necessidade da criança são arcados pela mãe solo, que tem de lidar com despesas como:

  • Alimentação – que pode ser especial;
  • Educação e material escolar;
  • Medicações e consultas médicas e odontológicas;
  • Lazer e entretenimento;
  • Necessidades básicas de higiene e vestuário.

Criar um filho – ou mais de um – demanda recursos e pode representar uma grande parcela nas finanças de uma mulher que não recebe apoio de uma pensão justa.

Pensão alimentícia no Brasil

A pensão é um direito previsto em lei especificamente nos artigos 1.694 a 1.710 do Código Civil de 2002. É um direito que se estende a diferentes tipos de relação parental, incluindo cônjuges.

Nesse caso, as mães solo podem pedir judicialmente que os progenitores ajudem financeiramente na criação dos filhos.

A justiça analisa cada caso e determina um percentual do salário a ser pago como pensão alimentícia. O valor deve ser pago mensalmente e o não cumprimento da determinação leva a prisão.

Principais medos e dificuldades

Os medos e dificuldades das mães solo são inúmeros. O mais importante é saber que se esse é o seu caso, você não está sozinha, e que há uma rede de apoio cada vez maior se formando para acolher essas mulheres.

Condições financeiras

Com certeza um dos pontos mais problemáticos é a condição financeira. Afinal, muitas mulheres se obrigam a deixar seus trabalhos para cuidar dos filhos. Com isso, a renda mensal fica comprometida e as mães precisam buscar alternativas.

Quando existe apoio de amigos e/ou familiares, pode ser possível remediar a questão financeira temporariamente. Entretanto, nem todas as mães solo possuem uma rede de apoio nesse sentido.  

Nessa situação a mulher pode contar com projetos sociais que possam acolher suas demandas. Afinal, é fundamental tentar se manter em uma situação financeira menos vulnerável quando se trata de ter uma criança sob seus cuidados.

Cuidados e educação

Também é comum que a mulher se sinta insegura com relação a educação propriamente dita. O mais difícil para essas mulheres é justamente conseguir equilibrar todas as obrigações rotineiras com a maternidade.

Buscar apoio para outras tarefas é essencial. Diminuir o ritmo de estudos, trabalho e tarefas domésticas, quando possível, pode ajudar a aliviar a rotina, já que os cuidados com os filhos não esperam.

Com relação ao trabalho, tentar negociar atividades em home office pode facilitar um pouco as coisas. Trabalhar com a presença dos filhos não é fácil, mas às vezes, é a única possibilidade para quem não tem com quem deixar os pequenos.

Co-motherhood: saiba o que é

A rotina das mães solo é repleta de desafios. Mas, uma solução bastante acolhedora pode ajudar a dar conta de tudo isso: a iniciativa co-motherhood.

Se trata de um movimento em que mães solo decidem morar juntas para dividir não somente os cuidados com as crianças, mas também as contas e as necessidades financeiras que surgem com a maternidade.

Desafios e benefícios do Co-motherhood

É claro que como qualquer compartilhamento de lar, esse também tem seus desafios e seus benefícios. Mas a ideia do co-motherhood é trazer alívio e facilidade para a vida dessas mães, e às vezes, dos pais solo.

Dificuldades do co-motherhood

A principal dificuldade está em encontrar pessoas que compartilhem valores e ideais que permitam uma convivência harmônica. Nesse caso, é importante investir tempo em um bate-papo, uma espécie de entrevista bem honesta antes de partir para a moradia.

É fundamental alinhar os pensamentos e as expectativas com as pessoas que dividem a casa. Assim você evita confrontos e conflitos que podem abalar o bem-estar das crianças.

Além disso, a privacidade deve ser preservada ao máximo. Ou seja, cada mãe cria seu filho de uma forma e isso deve ser respeitado. A menos que haja violência ou qualquer comportamento que coloque a criança em risco, as mães não devem interferir na criação de outras crianças.

Da mesma forma, ao conviver e educar os filhos de outra pessoa, vale a pena sempre conhecer os valores, ideais e limites dados pelas mães solo com quem você compartilha residência.

Principais benefícios do co-motherhood

Os benefícios se sobressaem quando falamos dessa escolha de vida. O principal deles é ter alguém com quem dividir as tarefas domésticas e o próprio cuidado com a criança.

Além disso, os pequenos se desenvolvem juntos, o que pode gerar laços importantes para o desenvolvimento. Também é um modo de vida mais sustentável, já que os gastos com energia elétrica e outras despesas são compartilhados.

Explique o fluxo da casa

Algumas crianças que vivem em co-motherhood podem ter dificuldades emocionais quando um morador sai da casa e uma nova pessoa chega. Sendo assim, os pais devem conversar com os pequenos e explicar essa condição.

É crucial que as crianças tenham familiaridade com esse fluxo de idas e vindas. Também é essencial garantir que todo novo morador tenha o perfil seguro para a convivência dos seus filhos.

Como educar bem os filhos sendo mãe solo?

Educar filhos sendo mãe solo não é uma tarefa simples. Geralmente as mulheres encontram uma dinâmica possível dentro de uma rotina bastante atribulada.

Porém, é possível amenizar as dificuldades buscando apoio em pessoas ao redor que estejam dispostas a auxiliar. Além disso, a mãe deve conversar com a criança e desenvolver dinâmicas saudáveis de convivência.

Por exemplo, adolescentes podem ajudar com as tarefas domésticas e diminuir o peso disso na vida da mulher. Já as crianças podem aprender desde cedo a ter maior controle financeiro e até mesmo contribuir com a organização da casa.

De qualquer forma, as mães solo estão sempre sobrecarregadas. Por isso, se você convive com uma, se esforce para prestar apoio e oferecer ajuda quando possível. Já se você é uma dessas mulheres, não se envergonhe em pedir ajuda. 

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