Se você percebe que seu filho não consegue conversar, fica se escondendo pelos cantos ou demonstra muito desconforto quando alguém fala com ele, pode se tratar de uma criança tímida. Existem pessoas tímidas em diferentes níveis e podemos dizer que isso é natural.
No entanto, se for uma criança e esse traço de personalidade for intenso, ela terá muita dificuldade em interagir e conviver com outras pessoas – sejam elas da mesma idade ou não.
Contudo, existem maneiras de lidar com o assunto para auxiliar os pequenos. É sobre isso que falaremos hoje.
Título Como ajudar uma criança tímida
Vencer a timidez pode ser um grande desafio para as crianças.
Por isso, os pais devem estar atentos e contribuir com esse processo, compreendendo que uma criança tímida precisa encontrar meios confortáveis de se manifestar e se comunicar.
Ainda que a timidez não seja exatamente nociva, em alguns níveis mais elevados ela pode, sim, comprometer a interação e causar dificuldades na convivência.
É nesse aspecto que vale a pena conhecer meios de ajudar os pequenos a superarem isso.
Como é uma criança tímida?
A criança tímida ao extremo demonstra muita dificuldade em conversar, interagir e conviver socialmente com outras pessoas.
No entanto, vale ressaltar que é normal que as crianças demonstrem alguma timidez quando estão em uma situação nova ou entre desconhecidos.
Entretanto, a tendência é que isso vá diminuindo e logo a interação aconteça.
6 características de uma criança com timidez
Se você percebe que seu filho não consegue conversar, demonstrando inquietação quando interage com alguém, então dê uma olhada nas principais características de uma criança tímida:
1. Evitam contato visual
A timidez faz com que a criança se sinta mais retraída.
Sendo assim, é comum que elas olhem para baixo quando falam com alguém, evitando todo e qualquer tipo de contato visual.
Na verdade, encarar alguém nos olhos pode causar imenso desconforto para uma criança tímida.
2. Extremamente quieta
Crianças são ativas. Mesmo aquelas que são mais calmas costumam demonstrar um comportamento mais despojado em algumas ocasiões.
No entanto, quando a timidez é demais, não há ambiente confortável para interação em nenhuma ocasião.
A criança tende a grudar nos pais e não sai de perto.
3. Não expõe suas ideias
Perceba se o seu filho tende a sempre aceitar sugestões de outros e evita apresentar suas ideias ou opiniões.
Isso pode ser um sinal de timidez. Afinal, essa criança não quer se expor, não quer se manifestar publicamente e prefere apenas seguir um fluxo, nunca assumindo um papel de protagonismo.
4. Medo do desconhecido
Ok, todos nós temos um frio na barriga para vivenciar algo novo e isso independentemente da idade.
Porém, para a criança tímida, novas experiências podem causar um mal-estar tão intenso, ao ponto de ela se recusar a fazer coisas legais e divertidas simplesmente para não ter de lidar com outras pessoas.
5. Mudança brusca de comportamento
Outro sinal que pode indicar a timidez excessiva é uma mudança brusca de comportamento fora da sua zona de segurança: o lar.
Se o seu filho fala sem parar em casa, é comunicativo e alegre, mas quando está em outros ambientes fica completamente travado, ele pode ser uma criança com timidez excessiva – e isso que requer sua atenção.
6. Não faz amizade
Com a timidez é mais difícil se comunicar. Isso também afeta as relações interpessoais, fazendo com que os pequenos tenham mais dificuldade em fazer amizades e construir laços com outras crianças.
4 dicas para ajudar a criança tímida a se soltar
Para ajudar uma criança com timidez é importante, primeiro, perceber se isso é realmente um problema que está atrapalhando a vida da criança de alguma forma.
Pequenos casos de timidez no dia a dia não devem ser preocupantes.
Mas, quando o comportamento afasta a criança de interações comuns para sua idade e a impede de vivenciar experiências importantes – é hora de intervir.
1- Faça contato visual
Os pais devem sempre manter contato visual com a criança quando estão conversando.
Pense que vocês são os pilares da educação, as pessoas em quem esse pequeno cidadão mais confia. Olhe nos olhos da criança enquanto se comunicam para que ela se sinta mais segura.
2- Reforço positivo
A timidez geralmente vem acompanhada de baixa autoestima.
Sendo assim, é importante salientar os pontos positivos e reforçar que a criança tem muita habilidade em alguma coisa, tem seus talentos, está fazendo as coisas básicas corretamente etc.
Tudo o que estimula e impulsiona a criança é bem-vindo nesse sentido.
Comemorar as vitórias, parabenizar as boas notas, e, principalmente, demonstrar cumplicidade quando a criança consegue interagir, é essencial.
Dê um abraço, um beijo ou um simples sorriso em aprovação quando a criança conseguir superar seus medos.
3- Evite falar pela criança
Se alguém fez uma pergunta ao seu filho, dê tempo para que ele responda. Evite adentrar à conversa e responder pelo pequeno, ainda que o tempo dele de resposta seja diferente do seu.
Sempre que a criança tímida se manifesta e fala, ela acaba vencendo um pouco desse medo. Esse é um exercício fundamental para que consiga superar a timidez e desenvolver mais as habilidades de comunicação.
4- Não force a criança
Ao mesmo tempo em que os pais devem estimular e encorajar, não devem “pesar a mão” na hora de fazer isso.
Ou seja, não force uma criança com timidez a fazer coisas que ela não queira, como ir em locais que desencadeiam algum tipo de insegurança.
Procure quebrar a timidez excessiva aos poucos, de forma delicada e gentil, sem expor o seu filho ás situações que acabem causando mais sofrimento.
Causas da timidez infantil
As causas da timidez infantil são diversas. Isso pode ser uma característica temperamental, intrínseca à personalidade da criança.
Pode também haver uma relação genética, visto que pais tímidos tendem a ter filhos mais tímidos também.
Há ainda a possibilidade de que a timidez seja apenas passageira, parte natural do desenvolvimento e da idade em que a criança se encontra. Nesse caso, a tendência é que ela vá diminuindo com o tempo.
Filho de peixe, peixinho é: mas com suas características individuais
É muito importante que os pais não projetem seu próprio comportamento extrovertido nos filhos.
Se um dos pais – ou ambos – são mais expansivos, sejam empáticos com sua criança e respeitem suas características individuais.
Vera Zimmermann, psicóloga do Centro de Referência da Infância e Adolescência da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), afirma que não devemos esperar que as crianças sejam muito mais expansivas do que os próprios pais foram na infância.
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Timidez ou autismo?
Timidez e autismo podem apresentar características em comum. No entanto, existem aspectos importante que diferenciam o espectro autista de uma criança com timidez.
O principal deles é que, enquanto a criança tímida tende a se soltar aos poucos, conseguindo boa socialização após um determinado período, o autista não chega a ter essa desenvoltura.
Mesmo depois de muito tempo em companhia de outras pessoas, o autista continua muito tímido. Além disso, também há uma diferença no comportamento em relação aos pais.
Crianças tímidas buscam os responsáveis para ter ajuda na hora de lidar com uma situação de timidez, enquanto o autista não faz esse mesmo movimento.
As crianças com timidez entendem quais são os protocolos sociais e conseguem praticá-los, apesar de a situação muitas vezes causar grande desconforto.
Criança tímida precisa de psicólogo?
Ainda que a timidez não seja uma doença, é possível amenizar seus impactos negativos buscando orientação profissional com psicólogos.
A terapia cumpre um papel fundamental para estimular a socialização e até mesmo entender qual é o motivo da timidez. Porém, em grande parte das vezes não há necessidade de procurar um terapeuta.
A timidez pode ser trabalhada com os estímulos familiares, a partir de conversas e atividades que ajudem a criança a se soltar. No mais, os pais de uma criança tímida devem ter paciência.
Entenda que seu pequeno está percorrendo seu caminho, tendo seus próprios processos. Evite compará-lo com outras crianças ou mesmo rotular o seu filho como tímido.
Use sempre o reforço positivo como arma para conter a timidez excessiva, sem afetar a autoestima da criança.