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Castigo para Crianças: Saiba Agora se a Punição Ajuda na Educação

O castigo funciona num sistema de causa e efeito. Ou seja, a criança precisa entender que fazer determinada coisa ou ter determinada atitude gera o efeito que ela não quer – o castigo.

A explicação deve acontecer no momento em que a criança faz a “arte”. Caso contrário, se você deixar para falar com ela depois, não vai entender do que se trata nem associará aquele momento.

Mas, um castigo de proporção exagerada pode causar efeitos negativos como ansiedade, depressão e baixa autoestima.

Castigo Para Crianças: Saiba Agora Se a Punição Ajuda Na Educação

Criar um filho não é uma tarefa simples. Muitos pais se perdem na hora de repreender as crianças e acabam impondo algum tipo de castigo para tentar solucionar um conflito. Mas será que essa é mesmo a melhor solução?

Cada vez mais especialistas falam da possibilidade de educar sem punir. O importante é entender o que funciona e o que não funciona na educação infantil e trazer para sua realidade. Por isso, trouxemos esse conteúdo completo sobre o castigo e seus efeitos nas crianças.

Entendendo Como Funciona o Castigo

Antes de falarmos sobre os efeitos do castigo na criança é importante entender que existem diferentes tipos de punições. Eles se dividem entre aqueles que tiram alguma coisa que a criança aprecia e aqueles que adicionam algo que ela não gosta.

Por exemplo: dar uma palmada é um castigo que adiciona uma ação que a criança não gosta, enquanto tirar o videogame é um castigo que retira algo que ela aprecia.

Muitos pais demonstram receio em castigar para educar, mas especialistas apontam que os castigos de privação são eficientes e podem, sim, contribuir com a educação.

Inclusive, esse é um momento ótimo para trabalhar com os filhos as emoções negativas, já que diante da privação a criança pode demonstrar alguma raiva ou frustração.

Preste Atenção Na Idade

Apesar de o castigo ser aplicado em crianças pequenas, nem todas as idades são capazes de compreender esse método e de fato aprender algo com ele.

Segundo a pediatra Patrícia Marañon em entrevista ao site Lunetas, o mais adequado é explicar para a criança o porquê de ela ser repreendida.

Ao invés de castigar os menores de dois anos, diga: você não deve subir na cadeira, pois, pode cair. Explicar calmamente o motivo pelo qual a criança é reprendida é fundamental e será mais eficiente em faixas etárias menores.

Mas, atenção: a explicação deve acontecer no momento em que a criança faz a “arte”. Caso contrário, se você deixar para falar com ela depois, não surtirá efeito, pois a criança ainda não tem a capacidade de compreender uma repreensão tardia.

Castigos Inconsistentes

Se a ideia de aplicar um castigo é educar, ele precisa, de fato, se cumprir. É muito comum que pais imponham castigos que não conseguem manter.

Um clássico é o “você ficará sem televisão por um mês”. Não passa dois dias e lá está a criança assistindo TV ao lado dos pais.

Crianças são ótimas em perceberem inconsistências. Sendo assim, esse tipo de atitude causa confusão e faz com que os pequenos deem menos importância para o castigo – e crédito aos pais.

Efeitos Negativos Do Castigo

Ainda que as punições moderadas possam contribuir para a educação e a imposição de limites, quando desmedidos os castigos podem causar danos que acompanharão as crianças por toda a vida.

Se o castigo se torna agressivo verbal ou fisicamente, as crianças reproduzem esse comportamento com colegas. Também podem apresentar baixa autoestima ou falta de autoconfiança. Castigos agressivos trazem consequências que duram para sempre.

Castigo é diferente de agressão

Agressões físicas e verbais são caracterizadas como abuso e podem ser passíveis de punições legais contra os autores. Mesmo as tradicionais “palmadas”, tão comuns no passado”, não são bem-vistas nos dias de hoje.

Inclusive, uma recente pesquisa da Universidade de Harvard aponta que as palmadas podem causar danos cerebrais semelhantes àqueles decorrentes de agressões mais graves.

As palmadas também podem levar a criança para outros quadros preocupantes, tais como:

Isso significa que qualquer palmada de repreensão pode levar a esse quadro? Não exatamente. O problema é a frequência e a dimensão da violência como isso acontece. Na dúvida, especialistas de todas as áreas indicam e estimulam sempre uma educação não violenta e pautada na segurança, conforto e compreensão.

Como Repreender Sem Traumatizar?

Depois de ler tudo isso parece mesmo que é impossível educar uma criança impondo limites. Mas, não se apavore: trouxemos algumas dicas para que você faça isso de forma mais gentil e adequada.

Esclareça o motivo do castigo:

Ao impor um castigo ao seu filho procure explicar o motivo pelo qual ele está sendo penalizado. A criança ou o adolescente precisa entender qual foi o comportamento inapropriado que desencadeou a situação, e precisa conhecer uma alternativa para não agir assim numa próxima situação.

Tom de voz:

Seja enfático e objetivo, mas não altere o tom de voz. Gritos causam estresse e traumas e não educam, apenas causam medo e afastamento.

Lembre-se que o castigo deve ser aplicado por uma razão pontual. Não se trata de um momento de desabafo dos pais ou responsáveis. Não descarregue na criança uma carga maior do que aquela a que o castigo realmente se refere.

Enfatize sempre que o problema é aquela atitude específica, não a criança de modo geral. Ou seja, não use frases como “você é feio” “não gostamos mais de você”, etc. Prefira pontuar como:

  • “Isso que você fez é feio”;
  • “Não gostamos disso que você fez”, etc.

Assim a criança entende que o problema foi aquela ação e não leva a crítica para um lugar mais problemático.

Evite aplicar castigos em público:

Se o seu filho teve um mau comportamento em um local público, avise que vocês conversarão em casa sobre isso – para pontuar o momento. Porém, deixe para aplicar o castigo de maneira privada, sem humilhar ou expor a criança.

Castigos equivalentes:

Tome cuidado para não impor uma punição muito maior do que a situação requer. Para isso, avalie calmamente o que foi feito e então decida qual é a melhor forma de repreender.

Além disso, evite dar castigos demais. Se a criança viver sob essa pressão ela se acostuma e pode desenvolver um comportamento mais rebelde, pois considera essa a dinâmica natural da relação.

Tempo De Duração

Um dos pontos mais difíceis é decidir por quanto tempo a criança deve ficar sob penalidade. Isso é bem relativo, mas especialistas alertam: castigos muito longos não são eficientes.

A criança acaba esquecendo no meio do caminho o motivo pelo qual está sendo penalizada. Isso pode causar um estado e revolta e sensação de injustiça.

No entanto, se o castigo for mais curto a criança provavelmente passará esse período repensando a sua atitude e analisando se vale a pena repetir e passar por todo o tormento de novo ou não. Muito mais eficiente, não é mesmo?

Enfim, castigar ou não castigar?

Castigar a criança pode, sim, ajudar na educação. Porém, se trata de uma atitude drástica para ações que requerem isso. O castigo não deve ser banalizado, tampouco deve ser desmedido.

O primeiro passo importante é justamente saber diferenciar essa repreensão educativa de qualquer ação violenta ou abusiva. Além disso, procure sempre tentar vias mais amenas, como uma boa conversa empática, em que você compreende a dor e a frustração, mas também explica que é seu papel educar e ensinar.

Enfim, o castigo pode ser um aliado, mas não deve se tornar um fantasma dentro da família. Se usado de forma adequada ele ajuda, mas qualquer limite extrapolado pode ter danos profundos para o bem-estar atual e futuro desse ser que você ama tanto.

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