Um bebê gripado em casa costuma deixar os pais aflitos, pois alguns sintomas abatem demais a criança.
Porém, apesar de ser uma preocupação legítima, é importante saber que devido ao sistema imune ainda em formação, é esperado que algumas doenças virais acabem acometendo os bebês.
Para se ter uma ideia, a estatística é de que até os 5 anos de idade uma criança tenha em média 12 episódios de gripe por ano.
Sendo assim, apesar de ser uma média, é possível prever que o quadro poderá acometer seu bebê várias vezes durante algum tempo.
Entretanto, é imprescindível que sempre que acontecer haja atenção e cuidado quanto aos sintomas. Acompanhe no conteúdo de hoje tudo que precisa saber para lidar com o problema da melhor forma.
Bebê gripado: sintomas e como cuidar
Ter um bebê gripado causa muita preocupação e não é para menos. Isso porque, quando não houver tratamento adequado, pode levar a quadros complicados como uma pneumonia, por exemplo.
É fato que os bebês e crianças pequenas ainda estão com a imunidade em construção. Desse modo, ficam mais vulneráveis às doenças oportunistas como a gripe.
As doenças virais mais comuns como resfriados e a própria gripe possuem um ciclo de intensidade entre o contágio e a cura. Nesse sentido, são as próprias defesas do corpo que lidam com o vírus.
Quando o bebê ou qualquer pessoa gripada é medicada, o foco não é a cura e sim o alívio dos sintomas. Isso porque, o próprio sistema imune é quem vai eliminar o vírus e no final já deixará anticorpos em alerta caso o mesmo vírus volte a aparecer.
Adultos já passaram por vários episódios de resfriados, gripes e outras viroses. Logo, tem anticorpos para uma grande variedade de vírus e não adoecem facilmente.
Mas, esse não é o caso dos bebês e nem de muitas crianças.
Ademais, nos dias de hoje – onde doenças virais se comportam de maneira tão parecida – é interessante saber exatamente qual é o problema para que o acompanhamento e alívio dos sintomas seja o mais adequado.
Bebê gripado, resfriado ou com Covid-19?
Neste tópico vamos entender um pouco mais sobre os sintomas que cada doença pode causar. As 3 enfermidades são geradas por meio de um vírus e a forma de transmissão é praticamente a mesma.
Doenças virais são conhecidas pela alta taxa de contágio. Ou seja, a transmissão é muito fácil de acontecer e logo muitas pessoas de uma família ou grupo podem manifestar a mesma doença.
Isso explica os surtos sazonais que acontecem em famílias, escolas, ambientes de trabalho e demais locais onde grupos costumam se reunir.
O uso de máscaras e uma higiene constante das mãos ajuda muito a evitar as transmissões quando se percebe um surto. Não compartilhar objetos de uso pessoal também é eficiente.
Principais sintomas e tipos de vírus
Vamos detalhar agora quais são os principais sintomas que tanto a gripe, o resfriado e a Covid-19 podem trazer:
Olhos irritados, lacrimejantes | Tosse | Garganta dolorida |
Coriza | Congestão nasal | Febre acima de 38º |
Dores no corpo | Dor de cabeça | Espirros |
Indisposição física intensa | Perda de apetite | Perda do paladar |
Vômitos | Diarreia | Irritação na pele |
Não é comum que alguém apresente todos esses sintomas de uma vez, porém, qualquer um ou mais deles está relacionado à um quadro de resfriado, gripe ou Covid.
Isso dificulta bastante a identificação em casa, então, buscar ajuda médica para sanar as dúvidas é o melhor caminho. Mas, apesar das semelhanças, os causadores de cada doença são diferentes.
Resfriados são ocasionados por adenovírus, parainfluenza e rinovírus. No caso da gripe, o agente causador é da família influenza. Já o agente causador da Covid é o Sars-CoV-2 e vem da família dos coronavírus.
Identificação da doença
Cada pessoa responderá de maneira diferente – pois a força do sistema imune é determinante – e principalmente no início, as 3 doenças se comportam de maneira parecida.
Dessa forma, somente um médico pode confirmar com exatidão qual é a real enfermidade, mas a forma como os sintomas evoluem podem dar pistas importantes.
Resfriado
Os sintomas de um resfriado costumam evoluir de maneira lenta, tem baixa intensidade e regride em poucos dias. O resfriado pode apresentar mais sintomas em conjunto, porém, sempre serão leves.
Gripe
No caso da gripe os sintomas surgem de forma súbita e são mais agressivos. A febre alta é uma característica marcante, além de prostração intensa.
De maneira geral, o doente tem redução de apetite e pode ter o paladar afetado. A garganta pode ou não apresentar dor e irritação; congestão nasal também é um sintoma que costuma aparecer.
Covid-19
A Covid-19 é uma doença nova, mas devido à sua gravidade muitos estudos têm sido feitos com maior rapidez.
O coronavírus gera sintomas que evoluem de forma gradual e costumam se intensificar após uma semana.
O paladar pode ser afetado em casos de gripe, mas quando se trata de Covid isso costuma ser muito acentuado.
Outra característica da doença é raramente gerar espirros, coriza ou congestão nasal. E esses são sintomas que costumam aparecer nos casos de gripe ou resfriados.
Variante Ômicron
Segundo o médico David Lloyd, clínico de Londres, as crianças infectadas pela variante Ômicron do coronavírus apresentam um sintoma adicional: manchas e irritações importantes na pele.
Essa característica foi observada em crianças de diferentes partes do mundo.
Especificamente no Brasil, para menores de 2 anos, observou-se também diarreia aguda, vômito, desidratação, dificuldades para respirar e pneumonia.
Doenças prévias
Para qualquer tipo de doença que acomete o sistema respiratório, a existência de doenças prévias pode ser um complicador.
Por exemplo, crianças já lidam com rinites, bronquiolites, asma ou sinusites tendem a sentir os sintomas com mais força.
Nesses casos, é comum que um resfriado acabe desencadeando uma crise do problema de saúde pré-existente. Nesses casos, não espere muito, busque ajuda médica logo.
Que remédio dar para um bebê gripado
É muito provável que um bebê gripado precise de medicação, mas isso só deve ser feito com expressa indicação de um médico. Conforme já mencionamos, geralmente a intenção é aliviar os sintomas.
Contudo, nunca medique a criança por conta própria, mesmo que o remédio seja vendido sem receita e haja indicações de doses na receita.
Para que possa compreender melhor, vamos compartilhar um estudo que comprova o perigo de administrar medicações em crianças sem orientação médica.
No Brasil e em muitos outros países, é comum que seja utilizado produtos à base de mentol com o intuito de aliviar os sintomas de um resfriado ou gripe.
Entretanto, nos Estados Unidos, a Universidade de Wake Forest realizou um estudo que demonstrou o agravamento de problemas respiratórios em bebês e crianças de até 2 anos.
Isso porque, esse tipo de unguento pode induzir a produção maior de muco. Dessa forma, as vias aéreas de um bebê gripado se congestionam ainda mais, uma vez que são pequenas e estreitas.
Além disso, o estudo constatou que produtos mentolados contribuem para inflamações nos olhos, nos pulmões, reações alérgicas, alterações na mente e até danos no fígado.
Contudo, existem outras formas de aliviar os desconfortos gerados pelos sintomas. Sem dúvida, as medidas abaixo ajudarão na recuperação mais rápida do seu bebê.
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Posição para adormecer
Mantenha o colchão ou a parte onde fica a cabeça do bebê mais alta. Isso vai ajudar na respiração, diminuindo a congestão nasal.
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Limpeza das vias nasais
As vias respiratórias de um bebê são mais estreitas e quando o nariz congestiona o incômodo é substancial. Sendo assim, lavar as narinas com soro fisiológico pode aliviar bastante esse sintoma.
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Inalação com soro
Ainda pensando no desconforto causado pela congestão, a nebulização feita com soro fisiológico pode ser benéfica.
O fato de manter a umidade do local faz com que o muco se torne mais fluido e seja mais fácil expelir.
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Hidratação
O aleitamento materno até os 6 meses é tudo que o bebê precisa como fonte de alimento. Após esse período, aposte em oferecer água e sucos ricos em nutrientes como a vitamina C, por exemplo.
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Higiene potencializada
Intensifique os cuidados com os objetos do bebê. Esterilize frequentemente mamadeiras, chupetas, mordedores, copos e outros objetos.
A ideia é não sobrecarregar o sistema imunológico frágil com outras possíveis infecções virais.
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Repouso e descanso
O corpo costuma se recuperar mais rapidamente quando economiza energia. Enquanto tiver um bebê gripado sob seus cuidados, evite que ele se exponha desnecessariamente.
Aposte em deixar os ambientes mais calmos e tranquilos para que a criança possa descansar e se recuperar.
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Banhos relaxantes
Poucas coisas são tão revigorantes como um banho morninho. A sensação posterior de relaxamento e bem-estar é incomparável. Desse modo, proporcione ao seu bebê esse cuidado.
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Amor e paciência
Durante algum tempo você terá um bebê mais choroso e enjoadinho. É assim que ele consegue manifestar seu desconforto.
Mas, o aconchego do colo de mãe, amor e paciência são suficientes para amenizar e até contribuir para uma melhora mais rápida.
O sistema imunológico do bebê
A imunidade do bebê começa durante a gravidez, pois a mãe passa anticorpos para o filho em gestação.
Porém, mesmo assim, a criança nasce com a imunidade vulnerável e o amadurecimento desse sistema vai evoluindo gradativamente.
Os anticorpos recebidos através da mãe permanecem com o bebê até por volta do primeiro ano de idade.
No entanto, logo após o nascimento, a amamentação tem um papel importante para impulsionar o desenvolvimento do sistema imune da criança, pois também fornece milhões de glóbulos brancos através do leite.
O aleitamento materno é capaz de fornecer proteção ao bebê contra um vasto número de infecções e problemas alérgicos. Sendo assim, toda mãe que puder deve priorizar a amamentação.
A importância das vacinas
As vacinas são fundamentais para auxiliar na construção do sistema imunológico da criança. Através delas, o corpo produz anticorpos que devem proteger o bebê contra infecções graves ou letais.
Tais vacinas começam a ser administradas na infância e vão continuar periodicamente ao longo de toda a vida. Dessa forma, é de suma importância se atentar ao calendário de vacinação do seu filho.
Vacina contra gripe
Os vírus da família influenza possuem uma grande capacidade de mutação. Por isso, anualmente as vacinas são produzidas de maneira a cobrir as cepas mais comuns e com potencial de agravamento.
Bebês e crianças são prioridade na imunização contra a gripe. Dos 6 meses até os 5 anos é imprescindível que as crianças sejam anualmente vacinadas contra a influenza e suas variações.
Por fim, tenha sempre em mente que a prevenção é a melhor escolha. Sendo assim, priorize sempre fortalecer o sistema imune do seu bebê por meio de uma boa alimentação e seguindo as orientações do pediatra.