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Gatilhos emocionais ou Triggers: como podem afetar a sua vida

Os gatilhos emocionais são como portas que o cérebro abre para acessar memórias de situações que nos marcaram, sejam elas boas ou não. 

Sendo assim, esses Triggers podem até ser positivos, como quando ouvimos uma música que nos traz alegria e boas recordações, mas na maior parte das vezes estão relacionados a sentimentos difíceis, como tristeza, medo ou raiva.

Um exemplo prático para ilustrar: considere alguém fictício que quando criança, era frequentemente ignorado ao expor seus pensamentos em reuniões familiares. 

Agora adulto, esse alguém pode estar propenso a se sentir desconfortável ou até magoado ao ser interrompido em uma simples conversa, mesmo que não haja nenhuma intenção negativa por parte da outra pessoa. Isso mostra como o passado influencia as respostas e pensamentos no presente.

Da mesma forma, as crianças podem ter reações inesperadas em situações simples, como uma troca de professor ou pequenas mudanças em sua rotina. 

Mas, por trás disso, pode haver um gatilho emocional relacionado à insegurança originado de vários ou de apenas um episódio que marcou a vida dela.

Os gatilhos emocionais no dia a dia

Os Triggers estão por toda parte e podem surgir a qualquer hora. Um pai pode se sentir extremamente sobrecarregado ao ouvir repetidas vezes o choro do seu bebê em casa, simplesmente porque isso ativa memórias de situações de estresse. 

Uma criança pode reagir negativamente ao simplesmente ser convidada para brincar em grupo, se já passou por experiências de exclusão anteriormente.

No ambiente escolar, uma professora pode ficar emocionalmente afetada por um aluno que questiona suas decisões, pois isso lembra situações em que ela não foi respeitada na infância. 

Alunos, por sua vez, podem reagir mal às atividades que envolvem a exposição, como falar na frente da turma, devido a experiências de bullying ou críticas recebidas em casa.

E essas respostas, embora muitas vezes sejam incompreendidas, têm raízes e, quando não reconhecidas e trabalhadas, geram conflitos ou afastamento nas relações cotidianas.

Como identificar os Triggers ou gatilhos emocionais?

Reconhecer os Triggers exige observação e sensibilidade. Desse modo, quando uma reação parece exagerada ou fora de contexto, é hora de investigar melhor. 

Para começar, faça perguntas como “Por que isso me incomoda tanto?” ou “Por que meu filho ficou tão irritado nessa situação específica?”, pois ajudam a encontrar padrões.

Por exemplo, um adolescente que se recusa a participar de eventos escolares pode estar evitando situações que o lembrem de momentos em que foi alvo de brincadeiras das quais não gostou. 

Já um adulto que fica ansioso ao ouvir críticas no trabalho pode estar lidando com inseguranças que vem de uma infância marcada por cobranças excessivas.

Ainda no processo de investigação, é interessante manter um registro das reações e em que situações aconteceram para entender melhor como surgem os gatilhos emocionais na sua vida ou de alguém próximo.

Como os gatilhos emocionais aparecem

Gatilhos emocionais podem estar ligados a experiências que marcam, mas costumam aparecer em situações comuns do dia a dia que mexem com emoções ainda não resolvidas ou mal administradas.

Diante deles, algumas pessoas ficam mais impulsivas, enquanto outras sentem uma mistura de vergonha e desejo de fuga. Isso porque, surge uma sensação de insegurança tão grande ou de que algo ruim está prestes a acontecer – e a vontade de se livrar daquela situação toma conta.

Ansiedade e estresse são reações bem comuns diante de gatilhos que aparecem nas interações com outras pessoas, o que acaba por gerar atitudes exageradas, brigas ou até uma ruptura emocional mais forte.

Impacto nas relações

Os gatilhos emocionais podem criar barreiras na comunicação, tanto em casa quanto em outros ambientes. 

Um exemplo é a dificuldade de cuidadores em lidar com crianças pequenas que choram quando algo incomoda, sem que ela expresse o real motivo. Como auxiliar, sem entender o que está errado?

Pais ou mães podem reagir com impaciência a um comportamento do filho, sem perceber que a criança está revivendo sentimentos de frustração de uma atividade escolar em que não teve sucesso. 

Ao mesmo tempo, essa criança pode não entender por que a mãe ou pai ficou tão irritado, pois não compreende que a reação dela os faz lembrar de momentos difíceis da própria infância.

Por isso, reconhecer os gatilhos é importante, uma vez que ajuda as pessoas a responderem de maneira mais consciente, construindo e mantendo relações mais saudáveis.

Sinais físicos que acompanham os Triggers

Os gatilhos não afetam apenas o emocional; o corpo também sente – e muito. Alguns sinais são:

  • Batimentos cardíacos acelerados;
  • Sensação de aperto no peito ou falta de ar;
  • Tontura, náusea ou desconforto no estômago;
  • Tremores, suor ou sensação de fraqueza.

E essas respostas físicas só mostram como o corpo e a mente estão conectados quando o assunto é “emoções”. 

3 diferentes tipos de Triggers

Os gatilhos emocionais são classificados de acordo com a causa e como eles afetam cada pessoa:

  1. Gatilhos de ansiedade

Aparecem em situações que geram nervosismo ou medo, como falar em público ou enfrentar conflitos no trabalho ou em casa. Eles também estão ligados a fobias, como o medo de altura ou estar em lugares fechados.

  1. Gatilhos emocionais relacionados a traumas

Experiências difíceis que não foram bem processadas podem deixar marcas. Quando algo ativa essas lembranças, as emoções voltam com força, causando reações que nem sempre parecem fazer sentido naquele momento. São atitudes desproporcionais ao contexto da situação.

  1. Gatilhos que provocam raiva

Algumas pessoas reagem com rompantes emocionais quando algo as incomoda, mesmo que a situação não pareça grave para os outros. Isso, sem dúvidas, pode estar relacionado a dificuldades em lidar com frustrações ou feridas emocionais do passado.

Os gatilhos surgem porque funcionam como atalhos para emoções fortes, influenciando pensamentos e atitudes de forma quase automática, sem que a pessoa perceba ou consiga controlar imediatamente.

O que fazer para lidar com gatilhos emocionais

Existem duas formas reconhecidamente eficazes para suavizar os impactos do Triggers:

  • Terapia cognitivo-comportamental (TCC): essa abordagem ajuda a identificar e mudar pensamentos que alimentam as emoções que são despertadas com os gatilhos emocionais. A ideia é aprender a responder de maneira mais equilibrada às situações que ativam os gatilhos.
  • Terapia EMDR: usada especialmente para lidar com traumas, essa técnica ajuda a processar memórias difíceis, trabalhando no poder que elas têm de causar reações intensas no presente.

Mas, para além do apoio especializado, existem atitudes práticas que contribuem positivamente fora do atendimento profissional. 

Pais, por exemplo, ajudam seus filhos a entender suas emoções nomeando o que estão sentindo: “Parece que você ficou triste porque seu amigo não quis brincar. Vamos conversar sobre isso?” 

Falas como essa identificam e validam os sentimentos,  auxiliando a criança a lidar melhor com eles.

Entre amigos, considerar quando uma brincadeira passou do ponto é essencial. Se alguém reage mal a uma piada sobre sua aparência, talvez haja uma história de baixa autoestima por trás dessa sensibilidade. Respeito e empatia são primordiais.

Então, se desculpar imediatamente é o mínimo e pode evitar danos maiores à relação. Portanto, as crianças devem ser ensinadas sobre isso desde cedo, inclusive sobre limites quanto aos tipos de brincadeiras que fazem ou que aceitam.

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