A crise dos 9 anos é caracterizada por uma fase na qual as crianças começam a se tornar mais conscientes de si mesmas como indivíduos separados dos pais e familiares, e buscam estabelecer uma maior autonomia em suas vidas cotidianas.
Durante o Rubicão, as crianças experimentam uma série de mudanças físicas, como, por exemplo: crescimento corporal mais acelerado, possíveis mudanças na voz, na pele e no desenvolvimento sexual.
Além disso, mudanças emocionais e comportamentais também são comuns, incluindo flutuações no humor, irritabilidade, ansiedade e desejo exacerbado por independência.
Pais, cuidadores e educadores têm um papel importante nesse período, oferecendo apoio emocional, determinando limites claros e incentivando uma expressão saudável de emoções, sejam elas negativas ou positivas.
Afinal, só validando os sentimentos e experiências das crianças é possível ajudá-las com as complexidades do que sentem, envolvendo a transição da infância para a pré-adolescência de forma positiva e construtiva.
Características da crise dos 9 Anos
Enquanto vivenciam o Rubicão, as crianças podem demonstrar diversos sinais, que podem variar de criança para criança, mas geralmente incluem:
- Questionamento da autoridade e das regras
As crianças podem começar a questionar as instruções dos pais e professores, buscando com isso mais liberdade e independência em suas decisões e ações. Contudo, precisam ser orientadas corretamente para fazerem isso de forma assertiva e respeitosa.
- Busca por identidade e autonomia
Durante a crise dos 9 anos, as crianças se esforçam para manter ativa a sua identidade pessoal e buscam mais autonomia para fazer as coisas do seu jeito.
Assim, elas desejam realizar quase tudo por conta própria, resistindo à intervenção dos adultos, preferindo explorar suas próprias habilidades e interesses.
Logo, é uma oportunidade para os pais incentivarem a independência com segurança, já que o filho demonstra desejá-la também.
Mas, claro, precisam de orientação e limites para entenderem o que é ou não possível dentro da sua faixa etária.
- Flutuações no humor e comportamento
As flutuações no humor e comportamento são comuns durante a crise dos 9 anos. Isso porque os pequenos alternam entre momentos de alegria e irritabilidade, além de demonstrarem uma ampla gama de emoções conforme lidam com as pressões associadas à transição para a pré-adolescência.
- Autoconsciência e autoimagem
No Rubicão, as crianças começam a desenvolver maior autoconsciência e autoimagem em relação a si mesmas.
Desse modo, é comum se tornarem mais sensíveis às opiniões dos outros e mais preocupadas com sua aparência física, buscando validação e aceitação de seus pares e da sociedade em geral.
- Interesses e atividades de lazer
À medida que as crianças entram na crise dos 9 anos, seus interesses e hobbies podem mudar.
Por isso, não estranhe se o seu filho buscar novas atividades e experiências que reflitam seus interesses emergentes, explorando diferentes aspectos de sua identidade e personalidade que se acentuam mais nessa etapa da sua vida.
- Desejo por mais privacidade
As crianças poderão apresentar um forte anseio por ter mais privacidade e isso pode causar estranheza nos pais.
Afinal, elas começam a valorizar muito mais seu espaço pessoal e seu tempo sozinhas, o que antes talvez não fosse assim.
Mas, esses momentos de solidão e introspecção são importantes para o seu filho refletir sobre suas questões individuais, isso inclui as conversas que tem com pais e educadores orientando-os sobre diferentes assuntos.
4 formas de lidar com a crise dos 9 anos
O Rubicão pode ser desafiador para os pais, mas existem estratégias para lidar com esse período sem perder a chance de apoiar o desenvolvimento saudável do seu filho. Confira agora:
- Compreensão e empatia
É fundamental entender que o Rubicão faz parte de uma fase do desenvolvimento infantil e que as mudanças observadas fazem parte do processo de amadurecimento do seu filho.
Sendo assim, demonstre empatia e compreensão diante das dificuldades que ele enfrenta, pois isso vai ajudá-lo a se sentir compreendido e apoiado em sua casa.
- Comunicação assertiva e respeitosa
Manter uma boa comunicação com a criança é essencial para lidar com a crise dos 9 anos.
Desse modo, é aconselhável incentivar a expressão de sentimentos, pensamentos e preocupações (mesmo negativos) para que a criança desabafe e se sinta valorizada. É nessa hora que muitas vezes os pais conseguem explicar para os filhos que eles “não são o que sentem” na maioria das vezes.
Isso também contribui para estabelecer um ambiente de confiança e apoio mútuo entre pais e filhos, algo tão importante nos dias atuais.
3. Resolução de problemas e tomada de Decisões
Os pais podem contribuir com a criança no desenvolvimento de habilidades de resolução de problemas e tomada de decisões durante a crise dos 9 anos, ensinando-a a pensar de forma crítica, analisando diferentes opções e considerando as consequências de suas escolhas.
Isso prepara seu filho para lidar com os desafios da vida que ainda virão de forma mais eficaz e independente.
4. Busca por apoio profissional, se necessário
Por último, mas nunca menos relevante, em caso de dificuldades significativas ou comportamentos realmente preocupantes durante a crise dos 9 anos, buscar apoio profissional de psicólogos pode ser uma opção válida.
Afinal, são esses profissionais que podem oferecer orientação especializada e estratégias de intervenção para ajudar tanto a criança quanto a família a enfrentar os desafios associados a essa fase de transição.